google-site-verification: googleda986d7809efab7d.html CONGREGACIONAL da SILVA: 160 ANOS DE CONGREGACIONALISMO

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

160 ANOS DE CONGREGACIONALISMO

 160 anos de história - que maravilha!!! É muita história pra contar.
Sou feliz como um Congregacional, por ter nascido em um lar congregacional, sim, sou Congregacional de berço e desde pequenino aprendi que "congregacional" não é apenas uma nomenclatura, é uma ideologia, um estilo de vida. Logo cedo entendi que o congregacionalismo é muito mais do que aquilo que vejo na prática, e o que vejo? Um excesso de leis que atentam contra a tão sonhada autonomia das igrejas. Mas a nossa história é muito bonita - LOUVADO SEJA DEUS POR EXISTIRMOS EM CRISTO JESUS!!!
       Recebi o jornal O Cristão (ano 124) que trata dos 160 anos de congregacionalismo no Brasil. Uma linda capa com a foto do Dr.Kalley, as notícias das associações, mas me interessei particularmente pelos pensadores da nossa UIECB, gente que forma opinião, e alguns deles escreveram excelentes artigos que expressam o modo de ver e ser congregacional de cada um deles.
      O primeiro artigo que ressalto é do irmão Rogério Alves Barrozo, que tem por título "Saudades de um congregacionalismo que não vivi". Gostei muito das coisas que ele escreveu, coisas que também sinto falta no nosso povo, como o "Sinto saudades de um congregacionalismo inflamado pelo amor aos perdidos! O evangelismo era a característica das nossas igrejas em sua origem, feito inicialmente através do trabalho incansável de colportagem, sempre com o objetivo de pregar o evangelho ao povo brasileiro."  Isso me fez lembrar das histórias que a minha mãe conta sobre o meu avô, de como ele se arriscava pelos sertões de Sergipe, vendendo bíblias e pregando o evangelho, sofrendo ameaças do terrível Frei Damião. As´bíblias, muitas vezes ele dava de graça porque as pessoas não tinham dinheiro para comprar. Era um tempo em que os congregacionais pregavam o evangelho, todos pregavam, não somente pastores e "missionários", todos sabiam que eram missionários e cumpriam sua missão. Tínhamos igrejas com mais de 300 membros, mas que hoje mal passam de 100 membros. Como não sentir saudades de um tempo assim? O irmão Rogério destacou também que sente falta da nossa "relevância na sociedade", do nosso "espírito pioneiro e vanguardista", e da "simplicidade" já a muito perdida, e, particularmente também não gosto de "viver no emaranhado de leis e documentos". Sem dúvida o irmão Rogério anseia por mudanças, por um congregacionalismo em que cada um de nós manifeste a superabundante graça de Jesus.
        Outro bom artigo é o do irmão Neucir Valentim, "O que é ser Congregacional?" onde ele ressalta a nossa forma de governo que é transparente na administração, o povo tem voz e vez nas igrejas locais, ressalta também a nossa liturgia que de um modo geral é viva e não engessada, diz também que os nossos pastores são submissos ao código de ética e a supervisão da União. Ele fala dos 28 artigos da breve exposição doutrinária, mostrando que estamos fundamentados sobre eles. Particularmente, acho que alguns desses 28 artigos precisam ser revistos sob a luz dos ensinos apostólicos. Percebo no artigo do irmão Neucir o orgulho de ser Congregacional, o que também compartilho.
         O terceiro artigo é o do irmão Antônio Carlos Ramos - nele percebo uma pessoa feliz e orgulhosa de ter se tornado um Congregacional. Ele tem uma visão muito positiva do nosso congregacionalismo. Ressalta coisas boas tais como, "é ser crente de verdade", "é ter história pra contar", "é estar convencido de que se não negociam valores e princípios", no que concordo plenamente com ele. Mas também vejo um homem conformado e que teme mudanças, e, acho que ele reflete o pensamento que os nossos pastores em sua maioria demonstraram na última Assembléia Geral. Ele fala de uma quase estagnação, mas segundo um relatório feito na última Assembléia Geral, perdemos cerca de 40 mil membros segundo o ultimo censo, e que, se continuarmos assim, nos próximos 50 anos não existiremos mais. Não me parece que seja uma estagnação, mas um processo de extinção. Igrejas qualificadas crescem em quantidade. Elas são atraentes por preservarem a santidade na vida, a pureza doutrinária e por ser bem demonstrado o amor por Cristo e uns pelos outros.. Não compartilho do conformismo do irmão Antônio, mas, assim como ele, gosto de ser Congregacional!
        Apreciei sobremaneira o artigo do irmão Elvis Kleiber, "Repensando a Assembléia Geral"! O homem fala de "desconstrução", é assustador! Concordo que seja necessário desconstruir. Quero destacar algumas frases! "Acredito que o exercício da reflexão crítica é um poderoso e construtivo viés para fundamentar as mudanças que desejamos em nossas vidas"; "para isto discorro sobre nossa zona de conforto, a exigência das desconstruções e o tempo e o coletivismo necessário para reconstrução de um novo modelo"; "PRECISAMOS SAIR DA ZONA DE CONFORTO SEM DESCUMPRIR O ASPECTO LEGAL";  "nossa zona de conforto repousa sobre uma estrutura que se mantém sob a legalidade dos debates, aprovação de propostas e eleição de cargos e funções, mas que, ao pensarmos em novas possibilidades, nos sentimos ameaçados pela necessidade das desconstruções"; "não conseguiremos sair da zona de conforto, sem que admitamos e nos arrisquemos a ter que desconstruir"; "as leis, o que se prevê como determinação para decisões em Assembléia Geral, tornou-se para nós, uma zona de conforto que nos engessa e nos acomoda a repetirmos a mesma estrutura por várias décadas"; "RECONSTRUIR MODELOS REQUER TEMPO E COLETIVISMO";  "é necessário que enxerguemos que reconstruções pautadas sob o alicerce do respeito e diálogo com as diferenças, estará mais susceptível a continuidade do que qualquer outro modelo vinculado ao personalismo de ideias";  Compartilho com tudo o que o irmão Elvis escreveu. Na última Assembléia Geral, percebi que os que chamamos erroneamente de "leigos" estavam intimidados pela força bruta do que chamamos erroneamente de "clero". Simplesmente estavam lá, mas não participaram! Lembro que o irmão Zefanias precisou falar da mesa, admoestando os irmãos à participarem sem se intimidarem com a força bruta pastoral, no que de nada adiantou.
        Que Deus abençoe aos irmãos Rogério Alves, Neucir Valentim, Antonio Carlos Ramos e Elvis Kleiber, acrescentando em suas vidas mais graça, sabedoria, discernimento e revelação!!!

       160 anos já se vão, muito chão e muita história pra contar! Quero concluir com a letra de uma canção de Guilherme Kerr Neto:
                 Cabe agora, cabe a gente comprometer-se, 
                 arregaçar as mangas, por as mãos no arado, 
                 não olhar pra trás, vestir a camisa. 
                 É a hora, hoje é dia, comprometer-se 
                 e resgatar o tempo pra se abrir o peito, 
                 ver chegar o Reino, ver soprar o vento de Deus.                                      Proclamar em Cristo a plena salvação, 
                 pelo sangue precioso Seu perdão, 
                 e a vitória sobre a morte, ressurreição, 
                 ver raiar um novo dia, libertação!

         Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos,
ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém.
Judas 1:24,25


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