google-site-verification: googleda986d7809efab7d.html CONGREGACIONAL da SILVA: DO REUNIONISMO AO RELACIONAMENTO– por Ivan Baker

domingo, 28 de junho de 2015

DO REUNIONISMO AO RELACIONAMENTO– por Ivan Baker


Os métodos de trabalho que vínhamos usando na obra do Senhor sempre produziram frutos débeis e fracos em sua maioria. Os métodos que desenvolvíamos para a evangelização, edificação e conservação dos frutos, mesmo que tenham produzido alguns frutos, observamos que não eram os mais corretos, nem os mais bíblicos.
Se observarmos bem, a finalidade de todas as campanhas, é que as pessoas assistam as reuniões. Para a edificação delas contamos com: a) escola dominical; b) pregação do Pastor; e nisto descansa toda a edificação delas.
Os pontos débeis são: a) o trabalho é demasiadamente impessoal; b) depende de homens muito hábeis; c) é pouco eficaz na formação de novos lideres; d) não promove a participação de todo o corpo de Cristo.
Notamos que os apóstolos sem campanhas de evangelização programadas, sem construir templos, sem criar seminários, obtinham resultados muito melhores que os nossos, tanto em qualidade quanto em quantidade.
Não existia a imprensa, não podiam repartir bíblias, não haviam meios massivos de comunicação, não tinham veículos, gravadores, não contavam com uma missão estrangeira para sustenta-los, não tinham lugares para retiros espirituais, etc.
Que segredo tinham para ter semelhante êxito? Qual era sua forma ou modo de trabalhar?
Devemos voltar a nossa origem, devemos deixar nossos métodos e voltar a pratica apostólica.
Gostaria que a obra fosse atrasada em 2000 anos!
1. Do reunionismo ao discipulado

O Senhor não disse: “Ide e fazei reuniões em todas as nações”, mas sim “fazei discípulos em todas as nações”. Tínhamos todo o tipo de reunião, de evangelismo, de oração, de estudo bíblico, de escola dominical, de senhoras, de senhores, de jovens, de adolescentes, de comissões, etc. Mas não tínhamos discípulos. Gastávamos nossas energias num sem número de atividades e não estávamos fazendo o essencial, formar discípulos.
Afinal tínhamos tantas reuniões que não tínhamos tempo para fazer outra coisa. Mas a mudança veio!
Custou muito caro, porem mudamos! O ministério pastoral púlpito/congregação se modificou para um relacionamento discipulador/discípulo.
Isto significa entender que o nosso ministério principal consiste em concentrar-nos em poucos (Jesus tinha doze). Conhece-los, ama-los, dar-lhes nossa vida, nosso lar, conviver com eles, ser exemplos, abençoa-los, repreende-los, instruí-los, compartilhar suas cargas, chorar com eles, rir com eles, assumir autoridade, velar e ensinar sobre todas as áreas da vida, tais como, família, trabalho, sexo, caráter, negócios, estudos, oração, testemunho, etc.
“Fazer discípulos” significa formá-los, guia-los a maturidade e comissiona-los para que eles façam o mesmo com outros.
Reconheço que é mais fácil fazer 100 reuniões que formar um discípulo. Isto não significa que não fazemos mais reuniões, mas sim que fazemos menos reuniões com o fim de dedicar-nos a esta tarefa absorvente.
Quanto menor o número maior a benção. Alguém com problemas na fala poderia ser pastor na igreja do primeiro século.
Observação: o ministério não se desenvolve através de reuniões, mas sim de relacionamentos. Jesus nunca foi homem de púlpito, era homem de relacionamentos, de convivência (Mc 3.14).
2. A igreja é formada por discípulos

Quero insistir sobre o evangelho que pregamos, pois é ele que irá produzir a classe de discípulos que queremos, ou seja, frutos permanentes. A porta deve ser estreita, pois quem entrar não quererá sair pelos fundos.
Discípulos são aqueles que amam a Cristo acima de qualquer coisa, são mansos e dóceis ao ensino da palavra. Não são como cabritos, mas sim como ovelhas. É gente que frutifica, não é gente que se senta nos bancos para ouvir boas mensagens.
Jesus nunca apontou os sinais de poder e maravilhas como característica de seus discípulos, mas sim o amor. Há diferença entre sinal acompanhante e evidência que caracteriza. Embora Jesus tenha dito que os sinais acompanham os que creem nEle, não disse que a característica de um discípulo é que seja acompanhado por sinais, isto porque ele sabia que estes sinais de poder também seguiriam os que não eram seus discípulos (Mt 7.22-23; 1 Ts 2.9).
Quero que o poder carismático acompanhe o meu ministério, mas isto nunca será para mim, uma evidência que me caracteriza como discípulo de Cristo.
Somente o amor é uma característica definitiva.
O diabo pode imitar os sinais e prodígios, o esforço e a dedicação, o zelo e muitas outras coisas. Só não pode imitar o amor!
O discipulado está baseado nisto: um coração entregue ao Senhor.
Quem foi Ivan Baker?
28/08/1922 – 30/12/2005
Nem todos vão conhecer o nome Ivan Baker. Na atual geração evangélica no Brasil, muitos nem mesmo reconhecerão o nome discipulado ou o mover de Deus associado a ele. O fato, porém, é que a igreja do Senhor aqui e pelo mundo afora foi tremendamente impactada por esse mover de Deus na Argentina, que começou por volta de 1967 e tem contribuído substancialmente, até hoje, para o processo de reforma da igreja e restauração de partes importantes da nossa herança que haviam sido perdidas durante os séculos passados. (Para uma abordagem mais completa desta parte da história da Igreja no século XX, veja A História Que Não Foi Contada, por John Walker e outros, Worship Produções, capítulo 8.)
Ivan Baker, um dos líderes que Deus usou nesse mover, faleceu no penúltimo dia do ano de 2005. Sem dúvida alguma, viveu “uma vida de impacto”, não só na sua igreja ou cidade, mas aonde quer que fosse, inclusive aqui no Brasil.
A seguir, embora de forma muito limitada e resumida, alguns fatos e aspectos importantes sobre sua vida.
Dados biográficos
Nascimento: 28/08/1922, em Villa Maria, Córdoba, Argentina, filho de missionários ingleses.
Conversão: aos 15 anos de idade.
Chamado do Senhor: com aproximadamente 25 anos de idade. Depois de mudar-se para Buenos Aires, participou de uma reunião numa congregação dos Irmãos Livres e, enquanto ouvia o sermão sentado no último banco, Deus lhe perguntou: “Ivan, em que estás pensando?”. Envergonhado, respondeu honestamente que estava pensando que podia pregar melhor do que a pessoa lá na frente. Deus, então, lhe disse: “Não, Ivan, tenho para ti um púlpito maior”. Ele se sentiu orgulhoso de que fosse assim.
Mas a sua surpresa maior aconteceu no dia seguinte enquanto viajava para o trabalho num ônibus. Ali ouviu uma vez mais a voz de Deus que agora lhe dizia: “Ivan, este é o teu púlpito”. Foi assim que Ivan recebeu o chamado do Senhor para ganhar almas perdidas em todo o lugar para onde fosse, onde quer que se encontrassem os pecadores.
Esse chamado Ivan cumpriu até a sua última semana de vida, de acordo com seu filho, Danny Baker. Não havia funcionário de estação, garçom, policial que não ouvisse dele a palavra do Senhor. Ele não precisava de tempo para a obra. O seu ir e vir cotidiano era o instrumento que lhe permitia entregar a palavra.
Casamento: em 1955, com Eslava (Glória), filha de imigrantes da Bulgária. Tiveram três filhos: Mônica, Alex e Danny.
Contribuição no Ministério
Ivan Baker foi um evangelista durante toda sua vida. Nunca perdeu seu fervor nem sua “prática” de levar a palavra da vida diretamente aos perdidos. Nunca passou essa responsabilidade a outros “subordinados”. No entanto, não era um evangelista que se preocupava somente com a conversão. Com 42 anos, sentiu-se incomodado com a diferença entre o cristianismo da igreja que pastoreava e o da igreja primitiva. Começou a buscar a Deus com coração aberto e a reaprender tudo. Foi a partir daí que descobriu o batismo no Espírito Santo e a palavra discípulo. Viu que a salvação é o princípio de um grande caminho de transformação.
Não conseguindo, a princípio, passar o que aprendera para a sua igreja, Ivan começou a colocá-lo em prática em sua própria casa. Convidando vizinhos para tomar café, no primeiro ano já havia ganhado 70 para Cristo e estava discipulando-os de acordo com a nova luz que recebera. Finalmente, apresentou algumas pessoas deste novo grupo à sua igreja. Ao ver a maturidade e crescimento desses recém-convertidos, os antigos crentes se humilharam e se dispuseram a aprender.
Foi assim que começou uma parte da revolução que abalou Buenos Aires e muitos outros lugares. Enquanto outros líderes se destacaram em aspectos teológicos ou como articuladores do que Deus estava fazendo, Ivan Baker contribuiu com a parte prática, demonstrando como conduzir os novos convertidos a uma vida fundamentada no caráter de Jesus.

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