google-site-verification: googleda986d7809efab7d.html CONGREGACIONAL da SILVA: REFLEXÕES SOBRE A 52ª ASSEMBLEIA GERAL CONGREGACIONALISMO E A EDIFICAÇÃO DA IGREJA

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

REFLEXÕES SOBRE A 52ª ASSEMBLEIA GERAL CONGREGACIONALISMO E A EDIFICAÇÃO DA IGREJA

A 52ª Assembleia Geral da UIECB foi a primeira que participei, e ela deixou em mim impressões que em geral não foram boas. Farei considerações sobre a Assembleia Geral, sobre o congregacionalismo, sobre o ministério pastoral e a edificação da igreja.

Sou membro da 1ª Igreja Evangélica Congregacional de Aracaju e fui à Assembleia como delegado efetivo da igreja citada. Lá me deparei com uma Assembleia de pastores. Testifiquei que a estrutura da UIECB é baseada em “castas”, vejo pelo menos três:
1. A casta sacerdotal (clero);
2. A casta dos oficiais e alguns líderes;
3. A casta dos membros, maior e mais improdutiva.
De todos os relatórios apresentados na Assembleia Geral o que mais me impressionou foi o que mostrou um decréscimo de 40 mil membros. Como o arrebatamento ainda não aconteceu, só posso concluir que há algo errado conosco.
Na Assembleia Geral, ouvi profetas falarem da parte de Deus para os pastores presentes. Então, voltei pensando muito no tema “edificarei a minha igreja” e no porque de não conseguirmos uma edificação nos moldes de Efésios 4:11-16, a estatura de varão perfeito.

Algumas conclusões a que cheguei:
1. Uma igreja dividida em castas não consegue uma edificação eficaz;
2. O que chamamos de “clero” não desempenha o seu serviço;
3. Estamos morrendo, mas não mudamos;
4. Não sabemos o que ou quem somos;
5. A edificação que temos vem do púlpito e ela é insuficiente e ineficaz;
6. Não sabemos o que queremos alcançar.

Quando pensamos no termo “CONGREGACIONAL” lembramos
imediatamente do nosso sistema democrático de governo. Lembramos que a congregação, ou seja, os membros da igreja local têm o poder de voto e podem decidir pela maioria sobre qualquer tema. Mas, se o congregacionalismo for somente isto, então ele não é nada, e muitas vezes ainda é diminuído pela politicagem.
Congregacional significa que a força da igreja está na congregação, ou seja, nos seus membros, não apenas para votar, mas principalmente para os ministérios comuns aos santos, que o Senhor lhes concedeu.
Será que o “clero” tem um tempo para ouvir o que um “leigo” tem a dizer?
Eu estou convicto que Jesus não faz distinção entre clero e leigos, mas infelizmente fazemos, e este dogma impede a edificação que o Senhor quer. Ousarei falar sobre o sacerdócio de todos os santos, ministério pastoral e edificação.
Que tipo de edificação queremos e que tipo de fundamento estamos lançando?
Para alcançarmos a edificação que o Senhor nos propõe, precisamos saber qual é o fundamento correto, qual o alicerce capaz de suportar o edifício a ser construído.


O FUNDAMENTO
Muitos evangelhos têm sido pregados por aí, mas só um é o verdadeiro evangelho. Ele é chamado no novo testamento de “Evangelho do Reino”. Este evangelho não é apenas a boa nova da salvação, é também a boa notícia da chegada de um Reino, de um Rei, um novo governo, um novo Senhorio. O Evangelho do Reino é o fim da rebeldia. Fala do amor de Deus e também das exigências de Deus (Mc 8:34-35; Lc 14:33; At 2:38). A igreja atual iguala o Rei Jesus à Rainha da Inglaterra. Em muitas igrejas o reinado de Jesus é igual ao reinado da família real brasileira. Quando pregamos “outro evangelho” ou diluímos o verdadeiro Evangelho, lançamos um fundamento fraco e edificamos crentes fracos. Formamos igrejas onde Jesus não reina.
Para que as Igrejas Congregacionais alcancem a edificação que o Senhor propõe, que é a estatura de Varão Perfeito, necessário se faz lançar o fundamento correto que é o Evangelho do Reino. Neste Evangelho do Reino não se admite cristãos rebeldes. Pastores estão gastando seu tempo e ministério cuidando de bodes e não de ovelhas, os bodes dão tanto trabalho que tomam tempo e espaço que seriam dedicados às ovelhas, assim a igreja fica nivelada por baixo. Estes bodes são pessoas que nunca passaram pelo arrependimento e novo nascimento, gente rebelde, sem respeito, bodes de fato. É impossível edificar a quem não se submete.
Se as igrejas estão cheias de gente rebelde é porque não temos lançado o fundamento correto. Jamais alcançaremos a edificação que Deus quer com um fundamento fajuto. Se o padrão exigido na edificação é alto, o fundamento tem que ser excelente. Acredito que não é preciso ser teólogo para saber de coisa tão básica.
A meta principal de Deus não é a salvação dos homens. A salvação é o meio pelo qual o Pai Eterno traz o homem de volta ao seu plano original (Gn 1:26-28; Ef 1:4). O plano do Pai sempre foi a família eterna, uma família de muitos filhos semelhantes a Ele e para a sua glória, mas o pecado estragou o homem (Rm 3:12) tornando-o rebelde. Este homem já não tinha mais o caráter  de Deus. e nem refletia a sua gloria. Então, o que o Pai Eterno fez? Enviou Seu Filho. Jesus pregou o arrependimento e novo nascimento para o homem rebelde. Quando o homem crê em Jesus, passa por uma mudança de atitude interior e é colocado em Cristo pelo batismo, o caráter de Cristo começa a ser formado nele, e o Pai Eterno o traz de volta ao Seu plano original (Rm 8:28-29).
O PLANO ORIGINAL DE DEUS É O QUE ELE QUER QUE EDIFIQUEMOS
O Pai Eterno queria uma família de filhos semelhantes a Ele. E hoje, o que Ele quer? Qual é a vontade Dele? Ele quer uma família de filhos semelhantes a Jesus; Ele quer um reino de súditos semelhantes ao Rei; uma raça com o DNA Dele; uma nação de cidadãos semelhantes a Ele para sua glória (Rm 8:28-29; 1Pe 2:9).
Ao iniciar a edificação da igreja, os apóstolos tinham um norte, eles sabiam o que queriam alcançar. E nós, sabemos? Ou estamos dando socos ao vento? Os apóstolos sabiam qual era o plano do Pai Eterno, conheciam o sonho de Deus e estavam dispostos a cooperar com Ele no cumprimento da Sua vontade.
Todos os salvos têm um chamado, uma vocação, ser semelhantes a Jesus. Tudo o que fizermos no serviço cristão deve contribuir para que todos alcancemos aquilo para que fomos chamados e vocacionados (Ef 1:4-6,9-12; Ef 4:13; Gl 4:19).
Quando a nossa maior preocupação é com a quantidade, a qualidade fica prejudicada. Deus quer quantidade com qualidade. Ele não abre mão de ter muitos filhos, nem abre mão de que estes filhos sejam semelhantes a Jesus, para a sua glória.
O que faremos? Sugiro 3 coisas:
1. Definir que tipo de edificação queremos;
2. Estabelecer o fundamento correto;
3. Definir a estratégia para alcançar a edificação desejada.


O QUE FAZER PARA ALCANÇAR A ESTATURA DE VARÃO PERFEITO
(EDIFICAÇÃO)
Aqui vou entrar no tipo de congregacionalismo que ao meu ver praticamos, e como avançar para o que também ao meu modo de ver é o verdadeiro congregacionalismo.
O sacerdócio universal de todos os santos é um dos pilares da Reforma Protestante e um dos princípios da Nova Aliança, do Novo Testamento. Este princípio acaba de vez com a divisão de castas na igreja. Este princípio não diferencia crentes especiais de outros crentes, não há “ungidos” e “não ungidos”, todos têm a mesma vocação. Jesus pôs fim ao sacerdócio levítico, mas a igreja insiste em restaura-lo, entretanto, não é isso que Deus quer. Ele nos deu uma nova estratégia que nos ajudará a alcançar o alvo, e ela começa pelo sacerdócio de todos os santos.
Ressalto 3 pontos:
1. Na igreja de Deus todos são sacerdotes (1Pe 2:9);
2. O que diz Efésios 4:11-15?
3. O corpo de Cristo edifica a si mesmo (Ef 4:16).


1. NA IGREJA DE DEUS TODOS SOMOS SACERDOTES (1Pe 2:9).
A prova de que Deus sempre quis isto está em Êxodo 19:6. Quando Deus formou o povo de Israel, Ele queria que todos fossem sacerdotes. O povo rejeitou porque ficou com medo da presença de Deus (Ex 19:13; 20:18-20). Daí, Deus constituiu uma tribo de sacerdotes. Moisés sabia o que Deus queria, ele desejava que todo o povo tivesse o Espírito de Deus e profetizasse (Nm 11:26-30). Quando o Espírito Santo desceu e a igreja foi estabelecida, o desejo de Deus de ter uma nação de sacerdotes se cumpriu. Assim, a tradição judaica de uma “casta sacerdotal” (clero) chegou ao fim.
O termo congregacional significa que a força das igrejas está nos seus membros. O problema é que estes membros não são ensinados, nem corretamente ordenados para desempenharem o serviço deles. Vivemos na Nova Aliança, mas infelizmente costumamos abraçar conceitos do Antigo Testamento, deixando de lado princípios que nos foram revelados pelo Espírito Santo, que são realidades da obra de Cristo. Por mais que se fale do sacerdócio de todos os santos, ele não é realmente praticado. Qual é a prática?
a. Casta sacerdotal (clero);
b. Casta de oficiais e líderes (leigos);
c. Casta dos membros (leigos).
Em suma, existe uma separação entre clero e leigos, separação que fere o princípio cristão do sacerdócio de todos os santos. Na nossa tradição, fazemos separação entre os “ministros de Deus” e as “ovelhas”, os “ungidos” e os demais. Acreditamos que os “ministros de Deus” devem cumprir grandes exigências, devem negar a si mesmo, renunciar a tudo e ter consagração total ao Senhor, dedicando-se completamente à Sua obra. Os demais só precisam frequentar reuniões (cultos), ler a bíblia e orar um pouco. Os que fizerem mais do que isto, serão considerados como pessoas muito consagradas e provavelmente encaminhadas a um seminário.
Este conceito do Velho Testamento (clero e leigos, ungidos e membros) é uma terrível doença que impede o desenvolvimento do serviço dos santos e o cumprimento do propósito de Deus. Esta doença impede a edificação do corpo de Cristo no padrão que Deus quer.
Ser Igreja Congregacional é crer, viver e proclamar que somos um povo de sacerdotes. Igreja Congregacional é aquela que oferece condições para que todos os membros desenvolvam o seu serviço e não apenas alguns. Quando a edificação da igreja depende exclusivamente do púlpito, os membros não desenvolvem o seu serviço e a igreja fica atrofiada. Somos igreja de Cristo ou judaísmo reformado? Nossa prática é um meio termo entre a Velha e a Nova Aliança, e isto nos é prejudicial.


2. O QUE DIZ EFÉSIOS 4:11-15?
Quando Jesus disse: “…edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela…”, Ele pensava em alguns pregadores ou pensava no povo?
Efésios 4:11-16 desfaz a tradição de que a igreja é edificada pelos pastores. Nesta passagem o apóstolo Paulo mostra como deve ser a edificação da igreja.
Qual é a função dos pastores na edificação da igreja? Paulo responde no texto citado.
Efésios 4:11 – Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres.
Jesus estabeleceu os ministérios do versículo 11 para que? O versículo 12 responde a esta pergunta.
Efésios 4:12 – Com vistas ao aperfeiçoamento (correto ordenamento) dos santos, para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo.
Observação: “correto ordenamento” parece ser a melhor tradução para a palavra grega “katartismos”. Assim, podemos entender melhor a função dos ministérios do versículo 11. Eles existem para ordenar os membros do corpo de tal maneira que desempenhem o seu serviço para a edificação do corpo de Cristo.
Como o versículo 12 se desenvolve?
1º Com vistas ao correto ordenamento dos santos…
2º Para o desempenho do seu serviço…
3º Para a edificação do corpo de Cristo.
A terceira parte do versículo é o resultado do serviço de quem? Se dissermos que são os pastores que edificam a igreja, estamos pulando direto do versículo 11 para a 3ª etapa do versículo 12, não levando em conta a 1ª e a 2ª parte do versículo.
Concluo que a edificação do corpo de Cristo acontece da seguinte forma:
1º Os pastores ordenam corretamente os santos;
2º Assim ordenados, os santos desempenham o seu serviço;
3º Com cada membro fazendo a sua parte, acontece a edificação do corpo de Cristo.
Assim deve ser uma Igreja Congregacional, esta deve ser a nossa marca – a força edificadora dos membros da igreja – a força da congregação corretamente ordenada.
Hoje, em nossas igrejas, a edificação depende exclusivamente do púlpito e de algumas estrelas da pregação. É preciso romper com essa tradição e partirmos para o desempenho do serviço dos santos (sacerdócio universal).
Quando os pastores ordenam corretamente os santos, estes fazem o seu serviço, a igreja é edificada para alcançar o que diz o versículo 13 “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à estatura do varão perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.” Numa igreja assim edificada, seus membros não mais serão como crianças, levados de um lado para o outro por todo vento de doutrina. Pela astúcia dos homens que induzem ao erro (vs. 14). O objetivo é crescer em tudo Naquele que é a cabeça, Cristo (vs. 15).

3. O CORPO DE CRISTO EDIFICA A SI MESMO (EFÉSIOS 4:16).
No versículo 16 podemos ver o resultado do trabalho dos pastores (correto ordenamento), “corpo bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas”.
O verso também se desenrola em 3 etapas:
1ª De quem todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas…
2ª Segundo a justa cooperação de cada parte…
3ª Efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.
Para acontecer a 3ª etapa, que é o corpo produzindo o seu próprio aumento e edificação, é preciso que os membros estejam bem ajustados (1ª etapa), em seguida eles darão a justa cooperação (2ª etapa), para enfim haver aumento e edificação (3ª etapa).
CONCLUSÃO:
Uma Igreja Congregacional é aquela que produz edificação e aumento pelo desempenho do serviço de cada membro e não apenas poder de voto. Temos democracia nas decisões administrativas, mas não há democracia no serviço que produz edificação, aquela que Deus quer – à estatura do varão perfeito.
Meu apelo como membro de uma Igreja Congregacional é que sejamos Congregacionais de fato e não apenas de palavra. Outro apelo que faço é que os líderes ao menos reflitam sobre estas considerações.
Que a graça do Nosso Senhor seja com todos!


Por Helmo Henrique Amparo Albuquerque

Nenhum comentário :

Postar um comentário