google-site-verification: googleda986d7809efab7d.html CONGREGACIONAL da SILVA: junho 2016

sexta-feira, 3 de junho de 2016

A IDENTIDADE PERDIDA DOS CONGREGACIONAIS - A AVALANCHE "LEIGA".

        "No essencial, a unidade, no secundário, a liberdade, e, acima de tudo o amor." 

  Se os precursores do congregacionalismo pudessem nos ver hoje, o que diriam sobre nós? Se pudessem ler a nossa constituição e regimento interno, pensariam  que somos mais parecidos com eles ou com os seus perseguidores? Pensando... 
  O excesso de regras secundárias atentam contra a nossa liberdade em Cristo. Exemplo disso é a regra que limita as igrejas quanto a forma de batismo. É uma regra secundária tão forte que nos faz entrar em contradição, pois, proibimos o batismo por imersão, mas contraditoriamente, aceitamos qualquer pessoa que tenha sido batizado dessa maneira, e, o recebemos como irmão em Cristo. Porém, se uma igreja autônoma resolve batizar por imersão, ela é advertida, podendo chegar até a exclusão. ISSO É MUITO LOUCO!!! Como diria um amigo meu: Vão endoidar a outro. 
   Faz muito tempo que estamos andando na contramão da Reforma Protestante, pois, os reformadores clamavam e lutavam por liberdade, enquanto, hoje, cerceamos liberdades e nos ofendemos com vozes que clamam por mudanças que nos levem de volta aos princípios apostólicos. Estamos na contramão de Jesus e seus apóstolos.
   Há um princípio essencial na doutrina da igreja, princípio absoluto do Reino de Deus, que é negligenciado por nós. Os apóstolos ensinaram, a igreja esqueceu, os reformadores trouxeram de volta, e, as igrejas ditas reformadas transformaram em apenas um "conceito teológico", um enfeite.

                   "LEIGOS", PEÇAS DECORATIVAS NAS IGREJAS DE HOJE.
   De onde vem essa palavra? Do grego "laós" que significa "povo" ou "multidão". Posteriormente, e principalmente na Idade Média, a Igreja romana deu uma conotação pejorativa para a palavra "laikós", considerando assim, o povo como classe inferior, ou seja, os leigos são pessoas burras, sem entendimento e incapazes de compreenderem as Escrituras Sagradas, idiotas por natureza. Os chamados "leigos" acreditavam nessa mentira diabólica, e, dessa forma o "clero" exercia domínio sobre o povo., mas Deus levantou homens como John Wycliffe e John Hus para proclamarem a verdade, os quais foram perseguidos por causa da sua fé. Wycliffe convocou um pequeno exército de leigos e pobres discipulados por ele para saírem pelas aldeias proclamando o Evangelho e a volta aos princípios apostólicos, estes leigos foram chamados de "lolardos". Eles queriam a volta da simplicidade de Jesus e da Igreja Primitiva.
    O clero havia afastado o "povo comum" da presença de Deus e, de certa forma ainda o faz. Mas no início não foi assim. E como foi? Tudo começa com o próprio Jesus (o Verbo) deixando a sua glória e vindo ser do "povo comum" (Jo 1. 1 - 3, 14), foi criado entre os pobres e indoutos. Ao iniciar o seu ministério, Ele escolhe os seus apóstolos e, nenhum doutor ou sacerdote entre eles (Mc 3. 14). Estranho, não é!? Desde o início o Senhor se utilizou dos "comuns" para estender o seu Reino na terra (1 Co 1. 27 - 29). Após a exaltação de jesus, a igreja seguiu a fórmula e continuou estendendo o Reino usando a força dos comuns que séculos depois chamaríamos de "leigos" (burros, idiotas, incapazes). Pedro, Tiago, João, Paulo, Barnabé, nunca foram "clérigos" (Atos 4. 13), eles eram todos comuns (leigos). O único que não era "comum" foi Paulo, ele era um "doutor", mas ele se fez comum para ser útil no Reino (1 Co 2. 1 - 5). Milhares de discípulos, todos comuns, anônimos para nós, se espalharam por Jerusalém e toda a Judeia pregando o Evangelho do Reino (Atos 1. 8; 8. 1, 4). Assim a Igreja foi se espalhando pelo mundo, através do testemunho do "povo comum". A força edificadora e multiplicadora da igreja está no "povo comum", nos membros do Corpo de Cristo, a Igreja, um organismo vivo (Ef 4. 6, 12, 16).
    No início da igreja, tudo transcorria como o Senhor determinou, mas a partir dos escritos de Clemente, Tertuliano, Hipólito e outros chamando os líderes da Igreja de "nossos sacerdotes e sumos sacerdotes", foi que mais tarde, surgiu a famigerada distinção entre "clero" e "leigos", aproveitada pela igreja romana para enganar, oprimir e explorar o povo. Durante os séculos seguintes o clero escondeu as Escrituras Sagradas do povo, e tudo o que ele lhes dava eram interpretações erradas e dogmas que não encontravam respaldo bíblico. Os leigos não podiam pregar o evangelho, exceto com a permissão do clero. Mas, mesmo nesse período, o Senhor levantou movimentos reformistas e restauracionistas com participação maciça de leigos. Exemplo disso é o movimento leigo dos "valdenses" que pregava o retorno a vida simples dos primeiros cristãos.
    O clero de todo lugar, em geral, persegue reformistas e restauracionistas, pois se preocupa em manter tradições que não vieram de Jesus e seus apóstolos, e em manter privilégios.
    Deus não abre mão do "povo comum", pois Jesus morreu para que todos os comuns fossem sacerdotes (1 Pe 2. 9). Como as Escrituras estavam escondidas do povo, Deus levantou homens com John Wycliffe e seus discípulos, que traduziram a bíblia para o inglês comum falado pelo povo, e, mais tarde levantou Lutero para traduzir para o alemão comum.
    O Movimento Separatista de onde viemos, pegou corpo e deu certo, porque os "comuns" absolveram a mensagem e a espalhou por onde iam. Os peregrinos "comuns" trouxeram a mensagem do Evangelho ao novo mundo. É pelo serviço do povo comum que a igreja é edificada.
     
                                 

                                         TIRANDO OS LEIGOS DA ESTANTE
     Precisamos devolver ao povo da igreja o seu poder, a sua graça. Os verdadeiros pastores querem isso, pois conhecem o coração de Deus. Congregacional é a igreja cuja a força edificadora está no serviço dos santos, de cada santo. Não é só poder de voto em assembleias ordinárias, mas ter graça e poder do alto para proclamar o Evangelho do Reino, batizar os convertidos e ensiná-los a guardar tudo que Jesus ordenou (Mt 28. 19 - 20). O púlpito é importante para animar a igreja no cumprimento do seu serviço. É do púlpito que vem a profecia, mas a edificação que trás o crescimento que vem de Deus, se dá quando o corpo está bem ajustado e cada parte dá a sua justa cooperação (Ef 4. 16; Cl 2. 19).
     O nosso povo é um povo que se conhece pela nuca. Algumas poucas igrejas já estão mudando essa realidade, e, os irmãos já começam a se relacionarem de verdade para a edificação da igreja. Porém, a maioria das igrejas estão presas nas tradições dos homens. 
    Sim, o nosso modo de governo eclesiástico nos identifica, mas também, esse mesmo modo de governo nos dá a fama de briguentos e encrenqueiros. Então, é hora de voltarmos para a nossa verdadeira identidade, e ela se chama O SACERDÓCIO UNIVERSAL DE TODOS OS SANTOS (1 Pe 2. 5, 9; Ap 1. 5 - 6; 5. 9 - 10).
    Segundo o site do Instituto Presbiteriano Mackenzie. "o sacerdócio universal dos crentes corre o risco de se tornar mera teoria em muitas igrejas evangélicas", mas eu afirmo com toda a convicção que isso já aconteceu a séculos. Agora, precisamos orar pedindo a Deus que nos dê entendimento do seu Propósito Eterno e da Estratégia de como cooperarmos com ele para o seu cumprimento, orar para que sejamos tomados pela mesma intrepidez dos primeiros irmãos em Jerusalém e dos separatistas e independentes na Inglaterra.
   Inventamos um monte de programas para fazer a igreja crescer em número e maturidade. Afirmo, não precisamos de nada disso. O que realmente precisamos é ordenar corretamente o nosso povo (Ef 4. 12) para que este desempenhe o seu serviço de PROCLAMAR e DISCIPULAR, e assim a igreja seja edificada no padrão do VARÃO PERFEITO.


                                          Que a graça seja com todos!

    Por Helmo Henrique Amparo Albuquerque
    Membro da 1ª Igreja Evangélica Congregacional de Aracaju